sexta-feira, 8 de junho de 2012

NACIONAL 1ª DIVISÃO - FASE DESPROMOÇÃO

CADIMA É O PRIMEIRO A CAIR

A duas jornadas do fim do campeonato 2011/12 a URCadima é a primeira equipa a conhecer o sabor amargo da despromoção face aos actuais regulamentos. Uma época cheia de sobressaltos que termina com o pior cenário, a descida. A equipa nunca se encontrou, viveu momentos de demasiado stress emocional e não conseguiu encontrar soluções para colmatar as saídas e as lesões graves, não porque as que ficaram não tenham qualidade e muita vontade (foram um exemplo de trabalho e companheirismo) mas sobretudo pela pouca experiência competitiva. A um início de época atribulado com várias desistências por motivos pessoais e familiares juntaram-se 4 cirurgias, Sónia, Sara, Cris e Ana Moreira, esta última oriunda da Fundação e uma aposta para o ataque que não teve hipótese de mostrar o seu valor assim como a Sara Silva. A pré-época praticamente não existiu com várias atletas a fazer o primeiro jogo sem qualquer treino, a distância e o período de férias escolares não facilitaram o trabalho de grupo, o campeonato iniciar demasiado cedo prejudica em muito equipas como a URC, naturalmente havia muito, muito tempo para recuperar mas o ditado é velho e por vezes concretiza-se: “quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita”, infelizmente aconteceu ao Cadima. Cair no fundo é fácil sair de lá torna-se complicado, ainda mais numa época em que todas ou quase todas as equipas se reforçaram bastante e mostraram ser superiores à URC com muitas atletas jovens integrando as diversas selecções. O Campeonato foi o melhor e mais difícil desde que foi criada a actual 1ª divisão com “quase” todas equipas a melhorarem muito o seu nível competitivo, colocando grandes dificuldades a uma equipa que teve de se reconstruir à pressa como a do Cadima que de repente se viu obrigada a utilizar várias jovens atletas com muita vontade mas com muita falta de experiência. Agora é fácil falar mas é uma realidade que a dita “sorte” também andou afastada da equipa gandaresa, é certo que se tem de procurar, mas invariavelmente em situações idênticas a bola não entrava na baliza adversária e entrava na do Cadima, muitas vezes com mérito adversário mas tantas e tantas vezes com a fortuna necessária. A equipa do Cadima ao longo dos anos sempre baseou o seu futebol numa boa solidez defensiva e num contra-ataque rápido e eficaz, várias foram as vitórias conseguidas em que o adversário dominava totalmente o encontro e no final a vitória sorria às gandaresas com os seus golos a serem muitas vezes marcados aproveitando uma ou duas ocasiões em toda a partida, não é preciso ir aos primórdios basta recuar por exemplo uma época, por sinal a melhor de sempre em termos classificativos. Não é mentira alguma dizer que na presente época a “sorte” e a eficácia, andaram afastadas da URC tantos foram os jogos em que o número de ocasiões criadas foram mais que muitas para que os resultados fossem bem diferentes. O Cadima não praticou um futebol de sonho ao longo da época é bem verdade, mas sobretudo na parte final da primeira fase e na segunda fase teve jogos com muitas oportunidades de golo e terminava sempre por perder, muitas vezes pela diferença mínima quando poderia ter vencido confortavelmente, no fundo provou do “veneno” que utilizou nas épocas anteriores em muitos encontros, é assim o futebol por isso é o melhor espectáculo do mundo.Após uma pré-época quase inexistente as atletas começaram a chegar aos poucos e foram-se integrando, o grupo chegou às 33 atletas inscritas, os resultados não apareciam mas a confiança existia e o trabalho fazia-se com qualidade e diversificado mantendo os sorrisos e a esperança. Era muita “gente” não dá para todas jogarem com regularidade necessária a uma correcta evolução, AFC continua estagnada e atrasada em relação a todas outras associações do país, os seus responsáveis não avançam com os campeonatos juniores femininos como o fazem os seus parceiros, assim sendo, várias atletas da URC viram-se em determinado tempo na necessidade de sair para procurar jogar mais, solução que não se pode condenar mas sim lamentar. A equipa mantinha a cabeça erguida e continuava a trabalhar, mesmo que nem sempre completa, assiduidade não foi certamente a melhor por parte de um número alargado de atletas, algumas com “responsabilidades” no grupo, quer pela experiência quer pelo que representavam para as mais novas, trabalho longe, lesões, estágios curriculares/profissionais e vida familiar condicionaram bastante. A época avançava e os resultados teimavam em não aparecer, o Cadima não jogava melhor que os adversários, mas em muitos jogos criava bastantes oportunidades para vencer, chegou a uma altura que dava para criar um lema: “Cadima cria mais oportunidades mas no final perde outra vez”. A falta de eficácia foi na presente época gritante aliada a uma ausência daquela pontinha de sorte tão necessária no futebol que muitas vezes faz a diferença entre a vitória e a derrota. À medida que o tempo avançava a esperança não morria até porque matematicamente tudo era possível e a vontade era muita, mas só não chegava, era preciso trabalhar sério, preparar com determinação e afinco os jogos e isso não foi atingido por várias atletas (deveres profissionais, académicos e pessoais), houve muitas falhas que depois se reflectiam ao Domingo, a vontade estava lá mas faltava o trabalho preparatório: técnico, táctico, físico e mental. Como todas equipas certamente, pontualmente surgem pequenos problemas que se tornam difíceis de resolver com as derrotas, as vitórias tem o condão de esconder as divergências, nesse aspecto o Cadima foi severamente castigado, por culpa própria é certo, tão poucos foram os balões de oxigénio conseguidos ao longo da época. Das 33 iniciais restam apenas 19 briosas atletas, as lesões, transferências e os problemas familiares são algumas das principais causas compreensíveis para algumas das 14 saídas, mas não só, alguma falta de capacidade para o trabalho, imaturidade e falta de realismo originaram as restantes com prejuízo claro para a colectividade e por consequência para o grupo de trabalho. Contra todas as contrariedades e negativismo interno/externo, maus resultados, desgaste físico e mental, ansiedade entre outras variáveis, as 19 “finalistas” com maior ou menor empenho, com maior ou menor sacrifício, com mais ou menos alegria, lutaram até ao fim , defendendo a camisola que vestem não baixando os braços e muito importante não abandonaram o barco assumindo com coragem e dignidade o bom e o menos bom. Acreditaram, sonharam quase até final mas caíram é verdade, contudo caíram todas lutando pelo mesmo objectivo e de cabeça erguida, não o conseguiram infelizmente mas estão conscientes que provavelmente podiam ter feito mais , contudo, tem a capacidade e sabedoria de reconhecer todo o valor e mérito de todos os seus adversários. Quer a equipa técnica quer as atletas certamente cometeram erros ao longo da época assim como também tiveram momentos positivos, todos tem consciência do que correu bem, do que correu menos bem, do que deviam ou poderiam ter feito, do que podem e devem melhorar no futuro mas todos vão juntos até ao fim e nos dois jogos que faltam vão lutar pela vitória continuando a dignificar a equipa e o campeonato.



F Benfica 1 vs 0 UR Cadima

O Cadima partia para Lisboa com a vontade de vencer visto que em caso de vitória matemáticamante tudo era ainda possível e o objectivo da manutenção era legitimo ainda que bem complicado. A desilusão veio com o final do jogo, uma derrota que atirou a equipa para o campeonato de promoção, as atletas bem tentaram e tudo deram mas não foram capazes de ultrapassar um adversário com bons valores individuais e um forte colectivo. Iniciou melhor a equipa da casa que pressionou bastante nos momentos iniciais, aproveitando a melhor adaptação ao campo e a velocidade das suas alas , valeu ao Cadima um grande acerto defensivo, que neste jogo voltou apresentar novo desenho devido aos impedimentos disciplinares com Sandra e Antónia nas laterais a fechar quase sempre bem os caminhos para a baliza defendida por Renata. A equipa de Cadima aos poucos foi tentando a sua sorte com a pequena Joana a servir de apoio a Tita , Cris e Martinho que iam fazendo algumas triangulações e vários cruzamentos mas sem perigo iminente. O jogo foi muito dividido no centro do terreno onde Dina e Diana travavam uma “luta” interessante com o meio campo visitado e quando não chegavam Sónia e Raquel complementavam a solidez defensiva forasteira. No primeiro tempo Elsa e Renata foram quase espectadoras do jogo até que ao minuto 44 num rápido lance de ataque do F.Benfica Joana conseguiu algum espaço e à entrada da area disparou colocado inaugurando o marcador. O Cadima não acusa e na jogada de resposta Dina ultrapassa a defensiva local e à saída de Elsa atira forte mas acertou no poste direito da baliza defendida pela guardiã local, uma excelente oportunidade que não teve a eficácia e a sorte necessária, foram muitos momentos como o minuto 44/45 que também determinaram o desfecho final. Após o descanso o Cadima surgiu mais energético mas não conseguia ligar o seu jogo muito por culpa da equipa local que se posicionava bem e colocava muita garra no jogo. O jogo decorria com boa intensidade, entrega e disciplinado até que um gesto menos bonito da equipa do F Benfica poderia determinar outro desfecho. O Cadima tinha a bola na sua posse quando foi interrompido o jogo, no momento do reinicio do mesmo uma atleta do F Benfica não devolveu a bola e tentou o golo, gesto que voltaria a ser repetido pela equipa da casa várias vezes , ao contrário o Cadima em todas as situações idênticas devolveu sempre a bola, vale o que vale , ficam os gestos que pelo conversado no final parece não ter origem nas atletas. As defensivas eram superiores aos ataques e só de bola parada ou rápidos contra-ataques a bola chegava ao interior da área de ambas equipas mas sempre sem perigo. A meio da segunda metade o Cadima beneficia de uma grande penalidade que Tita bateu com força mas Elsa com uma grande defesa negou o golo a atacante forasteira, aqui todo o mérito para a guardiã local que além de adivinhar o lado fez uma estirada fantástica que valeu 3 pontos. Até final o Cadima alterou a sua estrutura tentou chegar mais perto de Elsa mas a condição física e anímica já não correspondia à vontade, o F Benfica na parte final voltou a controlar a partida que viria a vencer, um resultado que teria como empate o desfecho mais verdadeiro mas que uma vez mais fugiu no pormenor e na eficácia à equipa forasteira. Arbitragem de elevado nível, das melhores da época, parabéns.



Nota:
Vem ai uma nova realidade não mais que isso, melhor ou pior só o futuro o dirá, diferente será certamente mas não menos importante. As atletas e treinador que agora desceram são em grande parte os mesmos que na época anterior conseguiram um lugar magnifico, são os mesmos que depois de em Janeiro 2011 ficarem à deriva e sozinhos, onde poderia ter terminado logo ali de forma cruel, se uniram e foram até ao fim com os resultados que se conhecem, não foram os melhores do mundo pela época anterior nem são os mais fracos pela presente época, foram apenas inferiores aos seus adversários e sabem reconhecer esse facto. Contudo tiveram a coragem e a dignidade de vestir a camisola todos os domingos enfrentando os seus adversários com valentia independentemente da classificação que ocupavam e do valor dos seus adversários, ser último uma época inteira é muito complicado e desgastante, abandonar teria sido muito fácil, mas o grupo de trabalho que chegou ao fim assim como toda a direcção mostraram caracter, dignidade e continuam a dar a cara e a trabalhar não só nos bons momentos mas sobretudo nos menos bons.




3 comentários:

Anónimo disse...

"As atletas e treinador que agora desceram são em grande parte os mesmos que na época anterior conseguiram um lugar magnifico, são os mesmos que depois de em Janeiro 2011 ficarem à deriva e sozinhos, onde poderia ter terminado logo ali de forma cruel"

É de rir este comentário :) em Janeiro de 2011 tinham lugar garantido nos primeiros 4 lugares (estavam em 3º), estavam a 1 jogo das meias finais da taça (porsinal o jogo tericamente mais acessivel), foi realmente muito cruel!!! Cruel foi esta época, a começar do zero e ter de fazer pela vida.

Ana Rita Santos disse...

Força Cadima

Anónimo disse...

Não é só por ter corrido mal esta época que o cadima deve baixar os braços , para o ano há mais e concerteza que irão fazer melhor :D