PESADELO
Antes de iniciar o texto deve-se dizer que o EFF Setúbal
venceu com todo o mérito , os números podem-se discutir a vitória não, bem
merecida, parabéns, principalmente a condição física e o enorme espírito de
equipa apresentados em campo foram dois trunfos do sucesso, evidentemente
aliados à qualidade das atletas.
As vitórias
trazem tranquilidade, sorrisos e tem o condão de esconder todos problemas e
desequilíbrios que possam existir, sejam vitórias claras ou daquelas que no
final nem se sabe como foi possível vencer, no fundo o que conta mesmo é no
final os três pontos que fazem toda a diferença no espírito da equipa. Em
poucos meses no Cadima “tudo” aconteceu, lesões, abandonos, desistências,
castigos, faltas, etc etc ect ......
Os maus resultados , alguns por vezes injustos não dão tranquilidade, levam os
sorrisos, realçam os problemas que por mais insignificantes que sejam se
transformam em enormes, trazem incompreensão, falta de atitude e empenho,
fadiga psicológica e desconfiança. A falta de formação é outro dos factores que
dificultam a sucessão e o crescimento da equipa, o não haver competição
distrital afastou várias atletas que por serem poucas vezes opção procuraram
outras paragens com prejuízo claro para a URC. Tanta coisa negativa que quase
dá para acreditar nos poderes do “além”, mas não devemos ir por ai, devemos é
procurar as coisas boas que podemos retirar de um desporto que é praticado
apenas por quem gosta muito de o fazer mas tem de ser praticado com amor,
paixão, seriedade, honestidade, amizade, sacrifício e sobretudo respeito por
todas singularidades que pertencem à colectividade com maior incidência no
grupo de trabalho. Não deve servir de desculpa e muito menos desvalorizar as
vitórias dos adversários, mas a verdade é que nos últimos três encontros,
Leixões, Escola e EF Setúbal, as arbitragens deixaram muito a desejar ,
certamente não será premeditado , queremos acreditar, mas foram com claro
prejuízo para o Cadima, uma gritante dualidade de critérios quer técnicos quer
disciplinares. O jogo do passado
domingo teve duas partes distintas, uma primeira com seis golos num jogo de
ritmo louco e com ambas equipas a marcar o empate poderia ser justo ao
intervalo mas a maior eficácia visitante ditou leis, já a segunda ficou condicionada
com a primeira expulsão muito cedo e mais tarde uma segunda, se com 11 a tarefa
estava difícil com 10 e 9 tornou-se um pesadelo. A equipa forasteira entrou bem
forte na partida, uma equipa bem decidida e a praticar um futebol bem rápido e
objectivo, logo aos 3 minutos enviou uma bola a trave de Teresa estavam abertas
as hostilidades. Não foi preciso esperar muito tempo, bastaram mais dois
minutos e o EFFS abria o activo aproveitando uma falha defensiva local, ainda
os seus adeptos festejavam o primeiro já a equipa visitante aumentava a
vantagem para duas bolas num rápido contra-ataque, o Cadima adormecido parecia
não estar em jogo. Aos poucos a equipa da casa começava a tentar responder e a
chegar à baliza adversária e o jogo passava a um maior equilíbrio contudo
sempre que podia a equipa do EFFS utilizava a velocidade pelas alas para
colocar a defensiva local à prova. Aos 31minutos e na sequência de um canto a
bola foi de ressalto em ressalto até que foi parar às mãos da guardiã
forasteira depois de ter sido “salva” sobre a linha de golo por uma colega da
defesa. Não entrou aos 31’ entrou aos 35’ na sequência de uma penalidade, Tita
reduzia a desvantagem. O Cadima parecia acreditar e com apoio do público local
foi à procura do empate mas numa das muitas decisões trocadas foi marcado um
livre a favor das visitantes que deu em golo, um golo novamente consentido com
Teresa a não segurar à primeira mas a ficar desamparada perante a dianteira
forasteira que só teve de empurrar para o fundo da baliza. A equipa da casa não
baixou e num jogo de para de resposta Cris reduz logo de seguida, estávamos no minuto
41, um livre directo que entrou com ajuda da guardiã visitante que no lance foi
infeliz e deixou fugir a bola estava novamente reduzida a desvantagem. O jogo pedia
intervalo mas compensação sobre compensação o mesmo prolongou-se e aos 48
minutos num contra-ataque bem desenhado e melhor finalizado a equipa visitante colocava
novamente a vantagem em duas bolas, uma desvantagem demasiada para o que se
passou no primeiro tempo, a vantagem mínima seria mais justo. O segundo tempo
inicia desta feita com mais equilibrou e com Martinho a aparecer bem na área,
valeu a grande intervenção da guardiã visitante anegar o golo a jovem atleta
local. Esperava-se alguma reacção positiva local mas o primeiro amarelo mostrado
a Daniela de forma medíocre e sem sentido fazia adivinhar o pior que veio logo
se seguida com a expulsão da mesma, numa decisão autoritária e de pouco nível.
Com dez unidades a equipa da casa tinha a tarefa ainda mais complicada, teve de
alterar as “pedras” e ao fazê-lo perdeu ainda mais capacidades de chegar ao
ataque aproveitou o EFFS para voltar a pressionar, de um lado uma equipa
motivada pelo resultado e pelo campeonato positivo que vem fazendo do outro uma
equipa fragilizada pelo momento negativo que atravessa, era de prever que o
desfecho dificilmente poderia ser favorável à equipa visitada. Anita que agora
jogava a defesa esquerdo viu um primeiro amarelo sem sair do local onde se
encontrava, uma atleta visitante foi sobre ela mas estava escrito que só
haveria faltas para um lado e na dúvida o sentido já estava definido, mais tarde
sim não teve a calma suficiente e fez então sim falta que justificava o cartão,
pena já era o segundo quando deveria ser o primeiro, deixava assim o Cadima com
9 unidades. A equipa forasteira marcava então na segunda metade mais3 golos
colocando o resultado numa diferença demasiado larga e muito penalizante para a
equipa local, que se foi batendo até final com grande dignidade. Venceu a
equipa forasteira, equipa que mais fez pela vitória é certo mas também a que
melhor conhecia as características do arbitro do jogo, foi contudo a equipa
mais eficaz, mais unida, no fundo mais forte em todos aspectos
técnicos/tácticos do jogo, os números após a expulsão acabam por ser normais
penalizando em demasia as locais. Ao Cadima resta trabalhar até final para
tentar conseguir terminar o campeonato com a maior dignidade possível mas tem
de estar conscientes que jogar contra equipa bem competitivas, que levam o jogo
a sério e nos limites, vai ser muito difícil quando pelo contrário a competição
vem sempre depois de “tudo” e muitas ou tantas vezes logo após longas horas de
trabalho ou actividades extra que requerem desgaste, é muito complicado e
desigual, são situações que se pagam bem caro em competição. Arbitragem mediocre.
Cadima: Teresa, Antónia, Sandra, Sónia, Diana, Tita, Anita, Daniela, Cris, Martinho e Joana.
Treinador: João Barradas
Arbitro: Vanessa Gomes
Auxiliares: João Paiva e Hugo Ribeiro
2 comentários:
E confirmou-se o que muita gente já esperava, a descida de divisão.
Mais de uma década nos nacionais, tanto se lutou para lá chegar e manter esta equipa nos nacionais, e numa época tudo foi por água abaixo!!!
Quando o trabalho está feito é tudo mais fácil, começar do zero é bem mais dificil, mas aí é que damos provas daquilo que somos capazes.
As pessoas não quiseram ver aquilo que estava à frente do seu nariz, deram toda a proteção e aval para que isto acontecesse.
De Vice Campeãs, com medalha de mérito a descida de divisão em tão pouco tempo.
Abriram os olhos tarde demais...
Mas o Cadima saiu dos nacionais ???
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