sexta-feira, 20 de julho de 2012

CHEGOU A VEZ DA NEIDE



NEIDE NA ALEMANHA
A guarda-redes da Selecção Nacional Feminina, Neide Simões, deixará Portugal já a partir do final do mês de Julho para rumar à Alemanha, onde terá a sua primeira experiência internacional.
A internacional lusa, que representou a Equipa das Quinas por 54 vezes, assinou contrato com o SC 07 Bad Neuenahr, que milita na Bundesliga, onde se manterá por um período de um ano.
Depois de dez épocas ao serviço do Escola FC, Neide Simões, que esta quinta-feira completa 24 anos, admite que este era um sonho que a perseguia há algum tempo. "É um passo muito grande para mim, enquanto pessoa e profissional, será um desafio enorme e o concretizar de algo que ansiava há muitos anos. A experiência internacional fazia parte dos meus planos e quando surgiu esta oportunidade sabia que não poderia recusar, era agora ou nunca, por isso nem pensei duas vezes e posso dizer que estou a concretizar um sonho", disse em declarações ao fpf.pt.
Natural de Viseu, a guardiã lusa não teme as possíveis dificuldades de adaptação ou as barreiras linguísticas. "É óbvio que terei de passar por um período de adaptação, mas há umas semanas tive oportunidade de visitar o clube e sei o que me espera. O treinador fala inglês, pelo que a comunicação não será difícil e com as colegas certamente terei oportunidade para aprender uma nova língua, o que passa a ser mais um desafio para além da parte desportiva."
Com viagem marcada para o dia 31 de Julho e com o início do campeonato a acontecer já a 2 de Setembro, Neide admite beneficiar do curto tempo de paragem da competição e assegura que, se um dia regressar, fá-lo-á com mais experiência e mais enriquecida. "Estive pouco tempo parada, em relação às restantes jogadoras do clube, e isso poderá ajudar-me a lidar melhor com a exigência física da Bundesliga. Uma experiência internacional é sempre óptima para qualquer jogadora, quanto mais se acontecer numa das melhores ligas do Mundo como é a alemã, por isso sei que se um dia voltar a Portugal terei evoluído muito mais, quer a nível físico quer das minhas técnicas e capacidades", concluiu.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

SELECÇÃO NACIONAL FEMININA SUB-19

ADEUS AO EUROPEU


O sonho da Selecção Nacional Feminina Sub-19 no Campeonato da Europa Turquia 2012 terminou esta quarta-feira depois da derrota por 1-0, diante da Espanha.
As comandadas de José Paisana despedem-se da prova com um registo de um empate a zero bolas com a Turquia, no jogo inaugural, uma vitória a uma bola frente à Roménia e duas derrotas - a primeira frente à Dinamarca no último jogo do Grupo A e a segunda já no jogo das meias-finais.
A Equipa das Quinas despede-se, pois, de forma digna da mais importante competição europeia ao ter alcançado um feito que nenhuma outra Selecção Nacional Feminina havia alcançado, entrando para a história do Futebol Feminino nacional e internacional.
Nesta última partida, José Paisana operou algumas alterações, relativamente ao "onze" utilizado no último encontro da fase de grupos, frente à Dinamarca, uma das quais forçadas pela ausência de Tatiana Pinto que, por acumulação de amarelos, ficou afastada das meias-finais.
Mais expectante do que o habitual, a Equipa das Quinas viu o primeiro remate da Espanha acontecer logo ao segundo minuto de jogo, tendo Bárbara Santos correspondido com uma defesa segura. A guardiã lusa voltaria a estar em destaque quando, na marcação de um livre, impediu que o marcador avançasse.
À passagem do minuto 17, as comandadas de José Paisana contaram com um grande aliado, ao verem o poste negar o primeiro tento da Espanha, após um mau alívio de Filipa Rodrigues que permitiu o arranque de Amanda Sampedro.
Nos minutos que se seguiram, a formação orientada por Angel Vilda ganhou um novo fôlego e começou a controlar mais a partida, obrigando a Equipa das Quinas a organizar-se defensivamente. A capitã espanhola continuava a representar a maior ameaça para as redes lusas.
Próximo da meia hora de jogo, Bárbara Santos voltou a mostrar que havia entrado em campo com total inspiração e sacudiu a bola para fora das quatro linhas. Ainda antes do intervalo, as comandadas de José Paisana estiveram perto de marcar, quando Dolores Gallardo respondeu ao remate de longa distância de Mélissa Gomes com uma defesa incompleta.
Apresentando maior fluidez nas jogadas, a Espanha continuava a deter maior posse de bola e os lances de bola parada eram os que mais preocupavam a defesa lusa. A guardiã portuguesa voltou a estar em destaque logo no reinício do encontro ao negar o golo a Torrecilla, que surgiu isolada na área das Sub-19 lusas.
A técnica e a força hispânicas evidenciavam o que de melhor há em Bárbara Santos que, ora com os pés ora com as mãos, mantinha o nulo no marcador e dava algum alento a Jéssica e Diana Silva, as mais empenhadas na construção de jogo nas alas.
A persistência do conjunto luso era notável, de tal forma que, na sequência da marcação de um pontapé de canto, Mélissa Gomes e Mónica Mendes, já na recarga, estiveram próximas do golo. Valeram as defesas adversárias que se haviam colocado todas em cima da linha de golo.
Na jogada seguinte e depois de um alívio incompleto da Equipa das Quinas, Raquel Pinel encontrou espaço na área e fez o que até então parecia impossível, bateu Bárbara Santos e inaugurou o marcador.
As Sub-19 lusas mantiveram a esperança até ao apito final sem nunca desistir das jogadas de ataque e provando que desistir não fazia parte dos planos. As situações de perigo pertenciam, pois, ao conjunto luso, porém seria a Espanha a confirmar a sua presença na final da prova, que disputará diante da Suécia - que venceu a Dinamarca por 3-1, na outra meia-final -, a 14 de Julho.

Ficha de Jogo
Meia-final do Campeonato da Europa Turquia 2012
Mardan Sport Complex, Antalya
Árbitra: Riem Hussein (Alemanha).
Árbitras assistentes: Michelle O'Neill (Rep. Irlanda) e Niki Karagiorgi (Chipre).
4ª Árbitra: Knarik Grigoryan (Arménia).

ESPANHA 1-0 PORTUGAL (0-0, ao intervalo)

Espanha: Dolores Gallardo; Ana Troyano, Andrea Pereira, Ivana Andrés, Idaira Rodriguez; Gema Gili (Raquel Carreño, 81'), Nagore Calderón (Paula López, 90'+2'), Marina García (Raquel Pinel, 67'); Amanda Sampedro - cap., Virginia Torrecilla e Alexia Putellas.

Suplentes não utilizadas: Esther Sullastres, Nelly Maestro, Nerea Pérez, e Laura Ortiz.

Treinador: Angel Vilda.

Golos: Raquel Pinel (87').

Disciplina: Cartão amarelo exibido a Ana Troyano (77') e Amanda Sampedro (90'+4').



Portugal: Bárbara Santos; Matilde Fidalgo, Mónica Mendes, Filipa Rodrigues, Naná; Rita Fontemanha - cap. (Fátima Pinto, 78'), Mélissa Gomes, Mariane Amaro (Stéfanie Barcelos, 90'+2'); Jéssica Silva, Vanessa Malho e Micas (Diana Silva, 55').

Suplentes não utilizadas: Daniela Pereira, Andreia Norton, Joana Carneiro.

Treinador: José Paisana.

Golos: Nada a assinalar.

Disciplina: Cartão amarelo exibido a Mónica Mendes (16'), Matilde Fidalgo (45'+2').



SELEÇÃO SUB-19
FUTEBOLISTAS CHEGARAM ALEGRES E COM AMBIÇÃO

As jogadoras portuguesas da seleção de sub-19 já chegaram ao aeroporto da Portela, em Lisboa onde cerca de 30 pessoas, especialmente familiares, as aguardavam em grande festa.
As futebolistas chegaram da Turquia, onde disputaram o europeu, com a alegria estampada na cara mostrando muita felicidade pelo quarto lugar conseguido na prova, perdendo o lugar na final apenas com a derrota por 0-1 frente à Espanha nos últimos minutos. Esta foi a primeira vez que a Seleção atingiu a fase final neste escalão no futebol feminino.
«Chegamos com sentimento de missão cumprida. As jogadoras foram inexcedíveis na entrega e no trabalho realizado. Vamos dar continuidade ao que foi feito até aqui e tentar voltar a estar presentes na próxima edição do Europeu [que se realiza em 2013 com frequência anual]», desejou o selecionador nacional José Paisana.
Outro dos rostos da felicidade era Mónica Jorge, atual diretora da Federação Portuguesa de Futebol e antiga selecionadora: «Foi um grande incentivo para a prática do futebol feminino. É um orgulho liderar esta comitiva e este resultado europeu dá-nos motivação extra para continuar a lutar pelo nosso crescimento.»


MÓNICA JORGE: «Tem de haver investimento no futebol feminino»

FALA NUM ANTES E NUM DEPOIS DO EURO SUB-19
 
O desempenho da Seleção Nacional no Europeu Sub-19 foi "o ponto de partida para o desenvolvimento do futebol feminino", defendeu esta quinta-feira a diretora federativa e antiga selecionadora, Mónica Jorge, à chegada da comitiva a Lisboa.

A dirigente acredita que a participação histórica no campeonato realizado na Turquia, com a qualificação para as meias-finais, nas quais perdeu por 1-0 com a Espanha, vai contribuir decisivamente para o reforço do "investimento no futebol feminino".
"Tem de haver investimento no futebol feminino e penso que a federação vai dar esse passo. Por isso é que digo que acho que foi o ponto de partida para o desenvolvimento do futebol feminino em Portugal", disse Mónica Jorge, à chegada ao aeroporto de Lisboa.
A diretora federativa considera que o resultado obtido na Turquia constituirá "o pontapé de saída para o futebol feminino", assinalando que as outras três equipas presentes nas meias-finais têm mais de 10.000 praticantes na categoria de juniores, enquanto Portugal tem "no máximo 900 juniores".
"Se em tão pouco temos tanta qualidade, que outros não conseguem encontrar em 20.000 ou 30.000 praticantes, só tenho de esperar coisas boas para as seleções femininas", observou, lembrando que a seleção lusa "deu luta" e "fez tremer" a Espanha, que só marcou o golo da vitória a três minutos do fim do jogo.
O selecionador, José Paisana, também recordou que "oitenta por cento da equipa vai-se manter-se" para a próxima época, pois apenas cinco jogadores sobem à categoria sénior, advertindo que "há outros talentos a despontar", razões pelas quais acredita ser possível "manter este nível".
"Acredito porque este é um trabalho que vem de há alguns anos atrás, iniciado pela professora [Mónica Jorge], e julgo que vai desencadear um conjunto de motivações a todos os nível e como tal pode ser o ponto de arranque", disse José Paisana.
Para a "capitã" da equipa portuguesa, Rita Fontemanha, "foi uma grande porta que se abriu para o futebol feminino", manifestando-se "muito orgulhosa pelo que foi conseguido na Turquia, apesar de não ter sido possível chegar à final".
"Acreditámos [que seria possível vencer Espanha nas meias-finais], como vamos acreditar daqui para a frente que é possível fazer coisas maravilhosas no futebol feminino", sustentou Rita Fontemanha.

terça-feira, 10 de julho de 2012

SELECÇÃO NACIONAL FEMININA SUB-19

REDES SEGURAS



Sem pressão ou nervosismo. É desta forma que Bárbara Santos e Daniela Pereira dizem entrar em campo ao serviço da Selecção Nacional Feminina Sub-19, que se encontra a disputar o Campeonato da Europa Turquia 2012.

Na véspera da meia-final diante da Espanha, o fpf.pt falou com as guardiãs lusas, que se mostraram orgulhosas por terem chegado a este patamar de excelência e por fazerem parte de uma equipa determinada.

Com um bom registo

Feliz por fazer parte das escolhas de José Paisana e por ajudar a formação lusa a alcançar os seus objectivos, Bárbara Santos diz-se satisfeita pelas suas exibições em campo. "Todos os dias trabalhamos nos nossos clubes à espera de uma oportunidade e penso que, no fundo, esperava ser chamada e conseguir demonstrar em campo as minhas qualidades. No entanto, nunca pensei que as coisas pudessem correr tão bem. Estou muito feliz pelas minhas exibições, por saber que tenho feito o meu melhor e tenho ajudado a minha equipa a alcançar os seus objectivos numa competição tão importante."

Negando qualquer tipo de pressão associada à posição de guarda-redes, a jogadora, que soma já 17 internacionalizações pela Equipa das Quinas, afirma que a exposição em campo não a assusta. "Sempre que entramos no jogo é normal sentir ansiedade, mas assim que começa a partida tudo acaba e não há pressões para ninguém. Sei que tenho uma das posições de maior exposição em campo, mas isso não me assusta. É o que eu gosto de fazer, sinto-me muito feliz por representar Portugal e o meu único objectivo é lutar por uma bom resultado, ajudar a equipa a alcançar os seus objectivos."

A guarda-redes das Sub-19 admite que as boas prestações são o único objectivo que trouxe para este Campeonato da Europa. "Neste momento, o nosso maior sonho tornou-se realidade. Estamos nesta prova pela primeira vez e chegámos às meias-finais, o que mais podemos pedir? Temos noção de que teremos um jogo muito difícil frente à Espanha, é uma equipa com jogadoras talentosas, mas não vamos desistir já. Vamos dar tudo para ir mais além, para sairmos de cá com um bom registo e uma prestação da qual os portugueses se orgulhem, porque esse foi sempre a minha maior meta. Esta equipa é muito determinada e eu sinto-me muito orgulhosa por fazer parte dela e ter chegado onde chegámos."

Experiência inigualável

Apesar de ainda não ter disputado qualquer jogo neste Europeu, Daniela Pereira sente-se uma peça importante no apoio ao grupo de trabalho luso. "Os nossos treinadores acreditam em mim como acreditam na Bárbara e para mim é um orgulho enorme representar Portugal, quer seja como primeira ou segunda opção. Nesta fase da competição, penso que somos todas muito importantes, todas precisamos de apoio e sentimo-nos apoiadas pelas colegas. Quando estou no banco, tento ajudar quem está em campo da melhor forma e ajudar a equipa a melhorar o rendimento."

Sem arriscar estabelecer o próximo objectivo da Equipa das Quinas, a guardiã do CA Ouriense afirma que as comandadas de José Paisana continuarão a lutar pela sua superação. "Foi uma alegria enorme saber que poderia estar aqui, a viver um momento único e nunca estabeleci nenhuma meta pessoal. Sempre pensamos colectivamente e eu não sou diferente do resto da equipa, por isso vou continuar a contribuir para o sucesso de todos. Nada é impossível, mas temos os pés bem assentes na terra e não queremos pensar já na final, até porque temos uma equipa bem difícil para enfrentar. Tal como fizemos até aqui, vamos dar pequenos passos e logo vemos o que nos espera a seguir. Já fomos capazes de escrever uma grande página na nossa história e isso já ninguém nos tira!"

Quando o Campeonato da Europa terminar, Daniela acredita que levará vários ensinamentos que a ajudarão a lidar com o nervosismo inerente à posição que ocupa dentro de campo. "Nós [guarda-redes] temos uma das posições mais críticas em campo, por isso tudo o que pudermos aprender é bom para nos ajudar a entrar em campo tranquilas e a experiência que tenho adquirido aqui é inigualável. Quando terminar o Europeu sei que vou levar novos conhecimentos para Portugal, já conhecerei melhor as minhas colegas, levo mais rotinas de trabalho e o contacto com as outras equipas será muito benéfico para o futuro. Por isso, o balanço será sempre positivo."

O encontro das meias-finais, diante da formação da Espanha, está agendado para a próxima quarta-feira, dia 11 de Julho, pelas 21h00 (locais), no Mardan Sport Complex. A partida terá transmissão em directo na Eurosport 2.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

SELECÇÃO NACIONAL FEMININA SUB-19

RECONHECIMENTO DE CAPACIDADES


Peça fundamental para a equipa técnica da Selecção Nacional Feminina Sub-19, Marisa Gomes é o braço direito do Treinador Nacional, José Paisana. Nesta fase final do Campeonato da Europa Turquia 2012, a técnica lusa, em entrveista ao Portal do Futebol, destaca a resposta da Equipa das Quinas à exigência do torneio.

fpf.pt: Qual o significado desta passagem às meias-finais, logo no ano de estreia da Selecção Nacional Feminina Sub-19 numa prova europeia?

Marisa Gomes (MG): Em termos de equipa, foi o reconhecimento de um trabalho que tem sido desenvolvido desde Janeiro e ao qual correspondiam diferentes objectivos, em fases de evolução distintas. Para nós, equipa técnica, este marco significa que temos desenvolvido um bom trabalho, deu-nos confiança para mantermos os padrões de exigência, permitiu uma elevação do crescimento da equipa e sustenta, de certa forma, a preparação diária do nosso trabalho. A nossa preocupação, assim que chegámos cá, passou por conseguir minimizar as adversidades que pudessem surgir do cansaço, do clima, da diferença horária, da desregulação do sono e podemos dizer que este feito prova que o nosso trabalho deu frutos.

fpf.pt: Que mensagem transmitiram às jogadoras, no final do jogo com a Dinamarca?

MG: É muito importante estabelecer uma meta para se conseguirem determinadas respostas das equipas e essa foi sempre a nossa mensagem. Quando começámos os estágios de observação e preparação estabelecemos a qualificação para a fase final como objectivo principal, depois de a alcançarmos estabelecemos a preparação para o Campeonato da Europa, mas depois disso não estabelecemos como objectivo desportivo a passagem às meias-finais. Era, isso sim, uma ambição, para que as jogadoras se orientassem para além do que é o jogo, para que houvesse uma superação em termos colectivos, já que, de acordo com o nível de exigência e de preparação que normalmente temos, é importante estabelecermos metas acima do que é expectável. Sem qualquer tipo de pressão, transmitimos ao grupo que tínhamos esse sonho e foi-lhes pedido que fizessem o máximo para o conseguirem alcançar, que dessem tudo por tudo por elas e por todos os que nelas acreditam. Fomos sempre capazes de alcançar os objectivos que traçámos e aquilo que apresentamos aqui é o produto do que fomos trabalhando, por isso as jogadoras tiveram noção de que aquilo com que sempre sonhámos fora alcançado.

fpf.pt: Que razões estão na base deste feito?

MG: A continuidade que instituímos na equipa permitiu-nos chegar aqui e ter uma grande estabilidade, não tivemos necessidade de mudar radicalmente aquilo que tínhamos vindo a trabalhar, porque as jogadoras já tinham adquirido hábitos de trabalho e isso é fundamental para o sucesso do nosso trabalho, enquanto técnicos. De jogo para jogo, temos conseguido apresentar uma maior evolução e uma maior qualidade, e entre cada jogo temos tido a preocupação de recuperar as jogadoras num período muito curto de tempo, já que dispomos de apenas dois dias de descanso.

fpf.pt: Esta prova tem um nível competitivo muito elevado. De que forma têm gerido o aspecto do desgaste físico?

MG: Tem sido feito um trabalho muito específico e estruturado. Começámos por promover as nossas rotinas em cada jogo, uma vez que se formos capazes de as manter, o desgaste será muito menor. Se mantivermos a posse de bola, como fizemos frente à Turquia e Roménia, não notamos tanto o desgaste físico, se não formos capazes de descansar com bola, à semelhança do que aconteceu neste último jogo, teremos mais trabalho a tentar recuperar a equipa. Nos dias a seguir aos jogos, fazemos algumas actividades de mobilização das estruturas musculares e articulares, exercícios na água para descompressão e alongamentos constantes. Já durante a fase de preparação tivemos o cuidado de as preparar para este nível de competição, fazendo duas sessões de treino por dia e registámos lesões apenas relacionadas com mialgias de esforço e com as quais soubemos lidar. Preparámo-nos da melhor forma para estas intermitências na recuperação das jogadoras e elas próprias aprenderam a gerir esse factor. Isso tem sido bastante útil, porque interessa-nos que elas façam as coisas bem feitas, com a noção clara do que estão a fazer.

fpf.pt: Um dos maiores receios, antes da chegada à Turquia, era o impacto das altas temperaturas no rendimento da equipa. Como foi gerida essa adaptação?

MG: Quando chegámos cá preocupámo-nos em marcar as sessões de treino para a hora de realização dos jogos. Beneficiamos disso, porque ao serem disputados mais tarde, as temperaturas já não são tão elevadas, mas tivemos de reorganizar as rotinas de forma a que a equipa estivesse mais desperta a essa hora. Por conseguinte, o despertar matutino passou a ser feito mais tarde, também, e regulámos toda a nossa actividade de acordo com o princípio de que se acordarem mais tarde terão mais capacidade de reacção a essa hora. Adaptámo-nos a essa necessidade e regulámos a nossa actividade com base nessas rotinas mais tardias.

fpf.pt: O que podemos esperar da Equipa das Quinas no próximo jogo, já depois de três partidas disputadas a uma alta intensidade?

MG: É um jogo com um grau de dificuldade muito grande, mas também com um nível motivacional elevado. Normalmente, estas equipas apresentam um tipo de jogo com uma organização mais concentrada, o que nos permite estabelecer estratégias mais definidas. É uma partida que acontece numa fase onde o nosso desgaste é maior, por isso teremos de encontrar um equilíbrio para que aquilo que fizermos seja bem feito. A Espanha tem muita qualidade colectiva e, sobretudo individual, a qual poderá ser combatida com o valor da nossa equipa, enquanto grupo. O nosso maior argumento será o colectivo, aliás como tem sido, perante uma equipa que apresenta muitas individualidades, podendo esse aspecto ser aproveitado por nós como fragilidade.

O jogo das meias-finais será disputado na próxima quarta-feira, diante da Espanha, pelas 21h00 locais, no Mardan Sport Complex.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

SELECÇÃO NACIONAL FEMININA SUB-19

HONRAR O PAÍS


Na sua 14ª internacionalização, Micaela Matos, conhecida por Micas, entrou para a história das Selecções Nacionais ao tornar-se a primeira jogadora lusa a marcar numa fase final.
Micas, que se estreou com a Camisola das Quinas aos 16 anos numa partida de preparação diante do País de Gales, em 2010, apontou o primeiro golo da Selecção Nacional Feminina Sub-19 na fase final do Campeonato da Europa, que se disputa na Turquia.
O nome da jogadora lusa ficará para sempre ligado à história do Futebol Feminino como a marcadora do primeiro golo de uma Selecção Feminina em fases finais e o golo de ontem (5 de Julho de 2012), frente à Roménia, foi ainda mais especial por ter sido o que possibilitou a primeira vitória lusa no feminino em fases finais.

"Algum dia o golo haveria de aparecer, mas este tornou-se ainda mais especial e gratificante por ser numa competição tão importante, na estreia da Selecção Nacional num Europeu e numa vitória tão importante para a nossa equipa. Sinto-me muito feliz por ter marcado e por ver o meu nome associado ao Europeu, mas acima de tudo sinto-me orgulhosa pela vitória da minha equipa, que continua a escrever uma nova história no Futebol Feminino", disse ao fpf.pt.
Desvalorizando o foco individual, a médio lusa afirma que o golo surgiu no momento certo, premiando o desempenho da Equipa das Quinas. "Nesses momentos, não pensamos muito no que devemos fazer, temos de executar e não perder a oportunidade, por isso recebi a bola e rematei sem pensar se iria acontecer ou não. Em campo, todas estamos preocupadas em cumprir a nossa tarefa e não podemos estar focadas num só aspecto. É óbvio que queríamos muito marcar, estavámos a controlar o jogo e o golo surgiu no momento certo, porque o jogo estava a ser muito bem disputado, mas ninguém luta apenas pela obtençao de golos".
Sem estabelecer qualquer meta ou desfecho para esta competição, Micas garante a mesma vontade e determinação no jogo com a Dinamarca, no próximo Domingo. "No último jogo, com a Dinamarca, os nossos adeptos podem esperar o que sempre esperaram, isto é, muita garra, determinação e vontade de vencer, uma equipa muito unida e que entra em campo sempre com a filosofia. Não haverá nervosismo, mas muita responsabilidade por defrontarmos uma equipa forte como têm sido todas até ao momento, além da experiência que possui. Se dermos o nosso máximo e conseguirmos honrar o nosso país, conseguiremos atingir mais um objectivo. Não podemos ser muito ambiciosas e estabelecer metas à partida, vamos dar um passo de cada vez".

Golo fica na história

Micas foi a primeira jogadora portuguesa a marcar em fases finais e alcançou um feito registado por Sousa (Euro 84), Hélder Postiga (Euro 2002, em Sub-21), João Vieira Pinto (quartos-de-final do Europeu de Sub-21 em 1994), João Pereira (Euro 2003, em Sub-19), Faustino (Euro 82, em Sub-18), João Pedro (Euro 2003, em Sub-17) e Fernando Pires (Euro 85 em Sub-16).

Sousa, em 1984, marcou no empate diante de Espanha, tornando-se o primeiro jogador português a marcar em fases finais de um Europeu na Selecção A.
Em 1985, Fernando Pires marcou diante da Alemanha o primeiro golo dos Sub-16 lusos em fases finais de europeus. Já em 2003, na fase final do Europeu de Sub-17, que Portugal viria a ganhar, coube a João Pedro a faceta de marcar o primeiro golo luso em fases finais deste escalão. No escalão de Sub-18, foi Faustino o primeiro a marcar num Europeu – foi em 1982, diante da Hungria, num jogo em que esteve no banco Paulo Futre. Nos Sub-19, coube a João Pereira apontar o primeiro tento luso em fases finais – foi em 2003 na goleada infligida ao Liechtenstein. Em fases finais de europeus de Sub-21, disputados em moldes diferentes antes de 2002, João Vieira Pinto apontou, em 1994, diante da Polónia, o primeiro golo da Equipa das Quinas nos quartos-de-final do Europeu. Nos moldes actuais (com dois grupos de quatro equipas), no Europeu de Sub-21 Suíça 2002, Hélder Postiga foi o primeiro português a marcar.

As comandadas de José Paisana voltam a entrar em campo no próximo dia 8 de Julho, pelas 21h30, diante da Dinamarca, no World of Wonders Football Centre.

terça-feira, 3 de julho de 2012

CAMPEONATO EUROPA SUB-19 FEMININO

ANFITRIÃ TURQUIA TRAVA PORTUGAL

Turquia 0-0 Portugal


Na abertura do Grupo A, a anfitriã Turquia segurou o nulo ante uma perigosa selecção de Portugal na estreia de ambas na fase final.


A Turquia, apesar de fazer a estreia numa fase final de um Campeonato da Europa Feminino de Sub-19, aguentou a pressão e empatou a zero com Portugal, em encontro disputado no vistoso Complexo Desportivo Mardan.

Numa partida marcada por preocupações defensivas, foi Portugal – que também disputava a primeira fase final de um europeu feminino – que esteve mais perto de vencer, quando Tatiana Pinto acertou na barra, depois do intervalo. A Turquia lutou muito por este ponto e poderá seguir em frente no Grupo A caso mantenha no futuro o mesmo empenho e espírito exibidos esta segunda-feira.

Portugal tomou a iniciativa de jogo logo desde o início da partida, circulando a bola com rapidez, com constantes e inteligentes movimentações junto da área contrária. O seleccionador turco, Taygun Erdem, viu o perigo e ordenou que a sua equipa jogasse mais junta no seu meio-campo. Portugal continuou a dominar e foi seu o primeiro remate à baliza, por Tatiana Pinto.

Apoiada por um público entusiasta, a Turquia procurou reagir e conseguiu-o, muito por culpa da inspirada Filiz İşikırık. Apesar do calor em Antalya, İşikırık estava em foco e, depois de um forte remate seu, a bola sofreu um ressalto e foi parar aos pés de Elif Deniz, mas Bárbara Santos interveio e negou-lhe os intentos. A avançada do Limhamn Bunkeflo 2007 continuou a tentar criar perigo, com um grande cruzamento seu, antes do intervalo, a não encontrar nenhuma das companheiras que estavam em boa posição para finalizar.

A Turquia pegou no jogo depois do intervalo e esteve muito perto de marcar, quando Deniz desperdiçou, após bom lance de Sevgi Çınar. A equipa de José Paisana respondeu com carácter e quase marcou, mas o livre de Tatiana Pinto acertou na barra.

O jogo pouco mudou, com Portugal a manter-se forte no passe, enquanto a Turquia apostava no futebol mais directo. A irrequieta İşikırık continuou a tentar desequilibrar e esteve perto de fazer a diferença no marcador, mas falhou o alvo e garantiu assim justiça ao resultado.

domingo, 1 de julho de 2012

GIMAS CUP CANTANHEDE 2012

ESPERANÇA VENCEU
No passado dia 23 Junho a URC participou no Gimas Cup - Cantanhede 2012 com uma equipa bem jovem na vertente Fut7 no escalão Sub-17. Apenas foi possivel apresentar sete elementos o que dificultou a gestão do esferço e obrigou as atletas a um grande "sacrificio", de manhã foram 40 minutos à tarde 50 sem qualquer pausa ou descanso durante as partidas, contudo as sete participantes demosntraram grande atitude, determinação e gosto pela modalidade. Alinharam pela URC a guarda-redes Jessica e as jogadoras Maria, Joana, Inês, Sara, Joana Marques e Nádia, com idades entre os 12 e os 16 pode estar aqui uma excelente base para um futuro com qualidade. Das 4 equipas inicialmente previstas e inscritas apenas URC e Esperança se apresentaram para competir, lamentávelmente duas formações não apareceram facto que devemos registrar negativamente e que retirou algum brilho à prova. Logo pelas 9 horas e abrir o torneio URC e Esperança empataram a duas bolas com um jogo bem intenso com incerteza no resultado e bem disputado pelas jovens atletas de ambos os conjuntos. Depois seguiu-se o almoço, um passeio e retorno ao complexo para novo desafio só que o imprevisto aconteceu com o não parecimento de duas equipa e então marcou-se novo jogo com a equipa do Esperança para atribuição do vencedor. Com bastante calor as jovens de ambos conjuntos voltaram a proporcionar novo bom espectáculo de futebol sorrindo a vitória desta feita à equipa de São Martinho por uma bola a zero. Uma partida em que as atletas do Cadima fizeram uma excelente primeira parte com grandes trocas de bola e algumas ocasiões de golo que infelizmente não foram concretizadas, alguma percipitação no momento final, Domingas e os postes não o permitiram. No segundo tempo e sem poder fazeralterações as jovens da URC foram cedendo e Carolina com um grande remate faria o resultado final. Parabéns às vencedoras e parabéns às vencidas que bem valorizaram o torneio. A URC agradece desde já a todas atletas presentes que dignificaram com grande qualidade e alegria a instituição, durante os dois jogos mostraram raça, vontade e atributos para que se possa sonhar com um futuro de qualidade. Carolina do EAC foi a melhor marcadora enquanto Maria e Jessica da URC foram respectivamente consideradas pela organização melhor atleta e guarda-redes. O futebol feminino voltará no final de Agosto com a mesma vontade de sempre.